terça-feira, 30 de novembro de 2010

A internet como ferramenta de efusão de ideias

O que é WikiLeaks?

Geralmente, não tendo conhecimento do significado da palavra, a pessoa busca pelo dicionário. Ou, em meio a nossa "modernidade", recorremos ao Wikipédia. Vamos à segunda opção, já que a palavra supracitada não existe no nosso vocabulário:

WikiLeaks
é uma organização transnacional sem fins lucrativos, sediada na Suécia, que publica, em seu site, posts de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis. [...] O site, administrado por The Sunshine Press, foi lançado em Dezembro de 2006 e, em meados de Novembro de 2007, já continha 1,2 milhão de documentos. [...] a organização informa ter sido fundada por dissidentes chineses, jornalistas, matemáticos e tecnólogos dos Estados Unidos, Taiwan, Europa, Austrália e África do Sul. Seu diretor é o australiano Julian Assange, jornalista e ciberativista. [...]

Pois bem. Uma mera explicação para um site, em tese organizacional, que visa publicar postagens de fontes anônimas. Em suma, é uma crítica declarada às guerras efetivadas pelos Estados Unidos contra países do oriente médio. (Primeiro ponto, não se baseie somente pelo Wikipédia. Lembre, as fontes são provenientes dos próprios leitores).

Contudo, o WikiLeaks iniciou um processo de publicação de milhares de documentos e alguns vídeos, no entanto, constrangedores para o governo estadunidense.

Mas, enquanto a mídia veículava a imagem ao site, existia uma pergunta mais interessante: quem era essa fonte anônima?

Não demorou muito e os sobrinhos do Tio Sam iniciaram as buscas, investindo milhares de dólares. O que surpreendeu? A suposta fonte do Wikileaks é um jovem de 23 anos, Bradley Manning, ex-analista de inteligência do Exército dos EUA. Agora, preste atenção em sua tática para "furtar" os documentos "Top Secrets":

[...], ele dizia que ia trabalhar levando um CD com músicas de Lady Gaga, sobre o qual ele gravava dados retirados de uma rede militar secreta da internet.


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Vale duas análises:

1º - Com bilhões de dólares investidos em segurança, o sistema estadunidense se mostra eternamente frágil;
2º - A guerra ainda não acabou e dá sinais de um novo formato de confronto: virtual. Este embate não tem campo definidio, nem soldados numerosos, são mentes brilhantes em busca de enriquecimento rápido e fácil. Os melhores conseguem e continuam a labuta no anônimato.

Consideração final:

O poder mostrado pela ferramenta em si, o portal WikiLeaks, provou o poder de uma única pessoa para contra o estado. Isto é, a teoria de unificação do povo, em teor físico, em prol de movimentos populares se excluí neste novo cenário mundial. Basta um clique e a ideia, se aceita, começa a ser disseminada.

Estamos nós, utilizando a internet de maneira correta?

Quer saber mais sobre o WikiLeaks? Clique AQUI.

Fontes: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010/11/30/saiba-mais-ex-analista-militar-dos-eua-seria-fonte-do-wikileaks.jhtm / http://www.wired.com/threatlevel/2010/06/wikileaks-chat / http://wikileaks.org/

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Guerra Civil Brasileira



Com os últimos acontecimentos ocorridos na Vila Cruzeiro, Zona Norte do Rio de Janeiro, devemos nos perguntar: estamos em meio a uma Guerra Civil velada? A resposta é SIM. E, o pior, a muito mais tempo do que se imagina. Por quê uma Guerra Civil velada? Pelo fato da mídia nacional transmitir a informação como existindo somente um “vilão” na história: os traficantes. Mas, o problema é mais profundo e com consequências muito piores do que prevemos. 

A lei da oferta e da procura é básica, se temos um vendedor, é porque existem seus compradores. Tradicionalmente, uns tem o poder de comprar maior do que os outros. Trazendo essa premissa para a realidade do tráfico, a fórmula não se modifica. Contudo, o que raramente se discute é “quem são esses compradores?”. Quando o questionamento é feito e, neste sentido, ele sempre é realizado, a grande massa vai intercalar dizendo que os usuários são pobres, provenientes da própria favela ou de classes mais baixas. Contraditoriamente, estão errados. O fato é que os consumidores de maior poder de compra, logo, com alto consumo, são das classes A, B e C, a elite. A falha de comparação é um erro comum introduzido na mente dos cidadãos, pois, os usuários miseráveis, mendigos, consumem seus “produtos” ao “ar livre”, logo, são notados com maior frequência. Já, a classe mais consumista desfruta dos seus “itens” no interior de suas luxuosas casas, escritórios, quando não, em festas elitizadas. 

O que vem sendo enraizado na mente dos brasileiros é um “crime” contra a nação. Parte-se do princípio que as favelas do Rio de Janeiro foram constituídas em tese pela própria elite nacional, quando esta, no século passado, passou a “expurgar” os negros recém libertos do regime escravocrata para os morros. É certo que na época não existia esta preocupação cotidiana de cunho social. Contudo, pouco ou nada se fez com o passar dos anos. Gerações foram erigidas sob a tutela das favelas. Com isso, sociologicamente falando, uma nova identidade cultural foi criada, sendo pouco debatida pelos pensadores.

Por baixo da ponta do iceberg, temos os traficantes que gerem as "leis" das favelas. Eles sistematizam o comércio de drogas e “aluguéis de segurança” para com os moradores e micro empresários destas localidades. Aqui, ressalta-se a identidade cultural da favela. O homem, em tese, é produto do meio. Em algumas sociedades mais do que em outras. Sabe-se, que todos têm o direito de buscar possibilidades melhores. Mas, as classes menos favorecidas nem sempre tem essa opção. Ou seja, trabalham com empregos de baixa remuneração e com isso, muitas vezes, abandonam o mercado de trabalho para entrar no mundo do crime. Seu “sonho americano” é poder se transformar no “dono do morro”. São visões diferentes de uma vida em um mesmo sistema democrático. 

Saibam, sempre deve existir os dois lados da história. Esta, até agora, só mostrou um. A pergunta certa a ser feita é: quem é o vilão, quem trafica ou quem compra drogas?