quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Uma profissão de risco e sem mérito: seja professor?


Não estamos falando do professor universitário, de cursos profissionalizantes ou similares. O cargo aqui discutido é o de docente de escolas estaduais e municipais.

O que era um professor na década de 1950? Se fizer o questionamento para pessoas mais velhas, elas lhe responderão: era nosso mestre, quem admirávamos muito. De fato, os docentes eram admirados não só por seus alunos, mas também por toda a sociedade. Então, o que aconteceu em meio século para mudar tão drasticamente esta história?

Se de um lado, após a instauração do Regime Militar (1964), parte da classe ganhou mais poder sobre seus alunos, por outro, muitos intelectuais de grande valia foram perseguidos por sua condição política oposta ao novo sistema ditatorial. Algumas “humilhações”, hoje, consideradas por alguns, absurdas, eram aplicadas com êxito: palmatória, castigo, ajoelhar em grãos de milho, entre muitas outras. Lembro-me do meu pai contando: “Durante as aulas de francês, todos procuravam decorar as falas, porque se não, a irmã vinha e batia em nossa mão com a palmatória”. Pois, então, esse sistema de “sucesso” era resultado do envolvimento da igreja católica com a escola? De certa forma não. Até porque, eram poucas e em suma, particulares, os centros de ensino que possuíam irmãs ou freiras lecionando.

Durante a década de 1980, mas precisamente em 1985, a revolta dos jovens era grande. Estávamos saindo do regime militar. Era a liberdade. Em tese, a maioria dos jovens queria extravasar. Em resultado a isso, foi o momento do surgimento, com mais afinco, das bandas Titãs, Barão Vermelho, Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii, Paralamas do Sucesso, entre muitas outras. E, eu aponto este o período problemático para os professores. Este pode ser considerado o “Dia D” da revolta dos alunos contra seus “mestres”.

Foi em meio a este processo que começaram a surgir os primeiros dados de agressões contra professores. A “liberdade” conquistada foi entendida de uma forma diferenciada pelos jovens da época. E isso, naturalmente, se consolidou e piorou ao longo dos anos. Transversalmente a este processo, um documento veio para reforçar o poder que o público estudantil estava ganhando: Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Nº. 8.069, 13/07/1990).

Com o Estatuto, os professores perderam a autoridade em sala. E, se antes, não significa que concorde com isso, os professores castigavam os alunos que estavam foram das condutas, hoje, os alunos punem os professores, quando estes, tentam impor limites. Contraditoriamente, os pais esperam que os professores façam o trabalho de educar seus filhos, contudo, esta função deve ser realizada dentro das casas. Eis mais um problema: com os baixos salários e muitas horas de trabalho, os patriarcas e matriarcas precisam se redobrar para sustentar a família e com isso, se ausentam e não acompanham o desenvolvimento dos filhos no momento mais crítico de suas vidas: a adolescência. Não raro, é nesse período que os jovens se aproximam de traficantes, de drogas.

Volto a perguntar para você leitor: como culpar os pais nestas condições? Vocês podem responder: meus pais sempre trabalharam e eu não fui resultado desse processo. Concordo, não podemos generalizar, mas a grande massa (classes mais baixas do sistema) é frágil e em sua maioria, não possui a base familiar necessária para suportar este tipo de problema.

Enquanto isso, os professores continuam no fogo cruzado, em uma profissão de risco, com baixa remuneração e nenhum conhecimento.

A resolução é um processo a longo prazo. Mas, a classe que deve ser mais valorizada no sistema capitalista, a qual o Brasil está inserido, é o professor. O conhecimento é a base de qualquer desenvolvimento.

Um comentário:

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